O Centro Técnico de Produção e Formação Raul Belém Machado, da Fundação Clóvis Salgado, foi palco da criação cênica da Ópera Aleijadinho, que teve os figurinos assinados por Marcelo Marques
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O sucesso da Ópera Aleijadinho ainda é comemorado por todos que participaram da produção do grande espetáculo, a maior produção artística do Fundação Clóvis Salgado dos últimos anos. A montagem da Ópera contou com o apoio do CTPF - Centro Técnico de Produção e Formação Raul Belém Machado para a sua construção cênica, como ficou registrado nas peças de época apresentadas na Ópera. O CTPF disponibilizou a infraestrutura necessária para a produção e uma equipe de apoio para o processo criativo e de produção do figurino, realizados pelos reponsáveis pela Ópera.
A narrativa de Aleijadinho se passa em Vila Rica, atual Ouro Preto, capital de Minas Gerais à época, entre os anos de 1789, quando teve início a Inconfidência Mineira, e 1814, ano da morte do artista. A trama, escrita em três atos, acompanha o adoecimento do mestre do barroco, a rejeição de seu filho e termina com a morte do escultor. Há certas liberdades ficcionais na obra, como o encontro de Aleijadinho com os Inconfidentes em uma taberna de Vila Rica.
Destaque da peça foram os figurinos de época, assinados por Marcelo Marques, que já havia marcado sua passagem pela Fundação Clóvis Salgado com a construção dos figurinos da Ópera Nabuco, em 2011.
Figurinista com 45 anos de carreira, Marcelo lembra que “antes de começar a desenhar o figurino de uma peça, eu me debruço sobre a história em que ela está inserida, o contexto histórico, cultural e social do ambiente em que ela se passa. Tento traduzir tudo isso nas peças, no material utilizado, nas texturas, nas cores, nos adereços e adornos”.
Sobre o sucesso da montagem e os elogios sobre os figurinos, Marcelo lembra que “tenho que destacar o engajamento de toda a equipe da Fundação Clóvis Salgado. Todos foram de uma entrega, de uma dedicação e comprometimento que é muito raro de se encontrar por aí. Para essa equipe só tenho elogios e o meu mais profundo agradecimento, pois juntos conseguimos criar um grande espetáculo”, declarou emocionado Marcelo Marques.
Para a diretora cênica da Ópera, Julianna Santos, “o que ficou muito forte para mim dessa ópera é a questão do legado em cima da obra do Aleijadinho, um artista reconhecido mundialmente. Por meio de sua arte, uma arte que é considerada revolucionária em vários aspectos, nos seus traços, na sua trajetória; mesmo com a doença, ele seguiu fazendo uma grande missão e com caráter de libertação. É um grande legado”, observa.
O Centro Técnico de Produção e Formação é um espaço destinado à confecção e salvaguarda do acervo oriundo das montagens artísticas da Fundação Clóvis Salgado, como peças de teatro, óperas, musicais e grandes espetáculos. Os figurinos, depois dos espetáculos, são catalogados, condicionados e parte do acervo fica disponível para locação, por meio de visitas marcadas com antecedência.
FOTOS: Poly Acerbi
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